Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA): do preço para o apreço – aprendizagem coletiva na lógica do bem viver

Resumo

A reprodução social da agricultura familiar e a manutenção das famílias agricultoras com qualidade
de vida no campo são desafios prementes e têm direta relação com a viabilidade econômica
de suas atividades produtivas. Pessoas da cidade procuram cada vez mais alimentos
saudáveis, e quando grupos dessas pessoas se formam para apoiar agricultores agroecológicos,
formando uma parceria, então pode se tratar de uma CSA (Comunidade que Sustenta a
Agricultura). Trata-se de uma forma de economia associativa ou solidária, que vai para além
da lógica de mercado, onde os produtos não têm preço. Relações de afeto, de confiança, de
cuidado, de apoio mútuo se estabelecem. O(a) agricultor(a) trabalha tranquilo(a) sabendo que
toda sua produção está sendo financiada, seu trabalho será remunerado, e praticamente não
terá perdas na produção, pois colhe exatamente o que é escoado. Os co-agricultores (pessoas
que apoiam o(a) agricultor(a)) sabem de onde vem seu alimento, como é produzido e convivem
em um grupo solidário, de aprendizagem. Na CSA Aldeia do Altiplano, que desde 2015
fornece alimentos para 20 famílias, podem-se identificar novas bases para uma sociedade
que procura o bem viver.