A adoção de práticas agroecológicas e orgânicas em assentamentos da reforma agrária em São Paulo/SP.

Autores

  • Fabia Schneider STEYER,
  • Juscelino COSTA JUNIOR,
  • wagner gervazio unicamp
  • Sonia Maria Pessoa Pereira BERGAMASCO
  • Vanilde Ferreira de Souza ESQUERDO

Palavras-chave:

políticas públicas, transição agroecológica, agricultura familiar

Resumo

O acesso a políticas públicas foi historicamente negado aos agricultores familiares, porém, através da pressão de movimentos sociais junto ao poder publico, vivenciamos nas ultimas décadas a criação de políticas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), voltadas a esse setor. A agroecologia tem sido estimulada por esses programas, direta ou indiretamente, através de incentivos como maior preço para produtos orgânicos e/ou agroecológicos. Os assentamentos da reforma agrária também têm inserido a agroecologia a sua produção, buscando uma mudança na agricultura feita nesses espaços. O objetivo deste trabalho foi observar quais são as práticas agroecológicas existentes em assentamentos do estado de São Paulo que tenham tido acesso ao PAA e PNAE. As entrevistas foram realizas através de roteiros semiestruturados, em 25 assentamentos, totalizando 496 entrevistas com familias assentadas. Os resultados mostram que a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) nesses assentamentos é reduzida e não atende bem aos agricultores familiares. Ainda assim, foi identificado 69% acreditam ser possível produzir sem uso de agrotóxicos, sendo que 45% já produzem orgânicos. Foi observado que 90% dos agricultores utilizam entre 10 e 29 práticas agroecológicas em seus lotes. Diante deste quadro, nota-se que existe nesses assentamentos um amplo processo de transição agroecológica, com potencial para expandir, porém é necessário a manutenção de políticas públicas que dêem suporte a esse processo.

Publicado

2018-12-27

Edição

Seção

AGROECOL - Desenvolvimento Rural e Urbano em Bases Agroecológicas