Construindo transição agroecológica no Mato Grosso: resistência ao modelo hegemônico da pecuária industrial
resistance to the hegemonic industrial livestock model
Palavras-chave:
pecuária industrial; assentamento de reforma agrária; transição agroecológica; mercado institucional.Resumo
No Assentamento Roseli Nunes, as estratégias produtivas e de comercialização das famílias articuladas no movimento agroecológico constituíram um enclave de resistência. Entre 2005 e 2014, a Associação Regional de Produtores Agroecológicos (ARPA) passou a acessar os mercados institucionais, o que possibilitou a diversificação produtiva de base agroecológica, contribuiu para a recomposição florestal e o resgate e promoção da biodiversidade, sobretudo por meio dos quintais produtivos articulados pelas mulheres. Por meio desse processo, a ARPA se fortaleceu enquanto ator socioprodutivo e político. A observação da experiência, no entanto, revela os desafios impostos pelo desmonte das políticas que balizaram essa experiência e o incentivo estrutural histórico à pecuária industrial. Ainda assim, percebe-se a persistência dos assentados organizados na ARPA em avançar na transição agroecológica, enfrentando o principal desafio de assegurar meios que viabilizem estabelecer conexões no território.