Sobre as artes da resistência do campesinato do Sertão do São Francisco na Bahia

breve ensaio de sociologia política

Autores

  • Denis Monteiro Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

agricultura familiar; comunidades tradicionais; fundo de pasto; discurso oculto; organizações não governamentais.

Resumo

O ensaio aborda, a partir de observações participantes e de documentários, estratégias de mobilização das comunidades camponesas do Sertão do São Francisco, Bahia. A coesão no discurso oculto e costumes em comum são acionados para o fortalecimento de identidades e de resistências. Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) foram espaços de realização dos discursos ocultos e contribuíram para que se tornassem públicos. Atores como sindicatos, CEBs, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Organizações Não Governamentais atuaram como pontes entre as comunidades, na reflexão sobre problemas vivenciados e para desvelar mecanismos de exploração, contribuindo para a construção de uma vontade coletiva. Na redemocratização, foi feito um trabalho de enquadramento interpretativo, com a noção de convivência com o semiárido, formulada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em oposição à lógica de combate à seca, o que fortaleceu a mobilização das comunidades e resultou na conquista de políticas públicas.

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Publicado

2020-06-15