Percepção de risco dos agricultores: um estudo sobre os agrotóxicos em Chapecó, SC

Resumo

O modelo convencional de agricultura consiste na sistemática predominante no país, em cujo uso de agrotóxicos e insumos químicos visa maximizar a produtividade, disseminando inúmeros riscos sociais e ambientais. Diante da supremacia deste modelo produtivo, não raro os agricultores se encontram subordinados a esta forma de cultivo e, portanto, expõem-se a estes produtos em suas atividades agrícolas, pelo que constituem a parcela da população mais vulnerável a estes riscos. À vista disto, o presente estudo tem como objetivo analisar a percepção individual de risco por parte dos agricultores familiares de Chapecó, no que tange aos riscos do uso destes produtos. Os resultados revelaram que os entrevistados que cultivam alimentos de forma convencional possuem reduzida percepção de risco a respeito das implicações do uso de agrotóxicos, limitada, em grande parte, pela concepção de uso seguro difundida pelas indústrias, pelas exigências do mercado consumidor e pela carência de informação e estímulos à consideração dos potenciais perigos relacionados à exposição aos agrotóxicos. Por outro lado, os agricultores que adotam práticas ecológicas de cultivo reconhecem os riscos de exposição a estes produtos, pelo que optam por não utilizá-los em suas unidades produtivas.