Os impactos do agronegócio e a resistência da agricultura familiar camponesa na Chapada do Apodi - Ceará
Palavras-chave:
agroecologia, práticas educativas, agrotóxicosResumo
A ampliação do agronegócio na Chapada do Apodi em Limoeiro do Norte-Ce, promove mudanças profundas na configuração socioespacial da região numa lógica de apropriação do território camponês, causando a desterritorialização e impondo novas formas de organização da produção e do trabalho no campo. Baseado no uso intensivo de agrotóxicos prejudica a saúde da população, contamina o meio ambiente, os alimentos e a água. Esse processo tem repercutido na cultura local e impactado no modo de vida das populações dos espaços urbanos e rurais. A agricultura familiar camponesa numa relação de coexistência com o agronegócio, vive um campo de disputa e através de práticas político-educativas desenvolve estratégias de resistência em defesa dos seus modos de produção e de vida. Na Chapada do Apodi identifica-se como resistência a ocupação da área de 1.702,83 hectares, em maio de 2014, situada na 2ª etapa do Projeto Público de Irrigação Jaguaribe Apodi, onde está localizado o Acampamento Zé Maria do Tomé, e a opção pela agroecologia. São lutas sociais para reafirmação da agricultura familiar camponesa num contexto de enfrentamento ao modelo hegemônico do agronegócio. Nesse contexto, considerou-se relevante investigar os impactos do agronegócio e suas implicações na realidade objetiva da agricultura familiar camponesa da Chapada do Apodi, no município de Limoeiro do Norte, e os entraves que inviabilizam a consolidação de uma agricultura de base ecológica. Este trabalho teve como objetivo analisar os impactos do agronegócio na Chapada do Apodi e identificar as estratégias de resistência da agricultura familiar camponesa no seu enfrentamento. Na pesquisa de campo, utilizou-se entrevistas semiestruturadas, observação participante e oficina de Agroecologia