Inventário agroflorestal participativo - a perspectiva de agroecossistemas Cerratenses no Assentamento Oziel Alves III, Planaltina-DF

Autores

  • Paula Lucio de Lima Santos IFB campus Planaltina
  • Viviane Evangelista
  • Juliana Ferreira de Assis
  • Patrícia Tavares

Palavras-chave:

Sistemas Agroflorestais; Cerrado; Restauração; Metodologias Participativas., Agroforestry systems; Cerrado; Brazilian Savanna; Restoration; Participative Methodologies.

Resumo

Sistemas agroflorestais são recorridos em projetos de restauração em ambientes com distúrbio devido à sua capacidade em unir produção de alimentos, serviços ecossistêmicos e recuperação de áreas degradadas. Entretanto, esses sistemas costumam estar repleto de espécies exóticas ao bioma Cerrado, isso pode ocasionar o enriquecimento de sementes exóticas no banco do solo. Em consequência disso, pode gerar um mosaico de plantas arbóreas, herbáceas e rasteiras que não condiz com a composição florística áreas nativas. Assim, o objetivo desta experiência foi identificar a diversidade do sistema agroflorestal implantado no Assentamento Oziel Alves III quanto ao uso de espécies nativas do Cerrado. Essa ação foi desenvolvida em conjunto com a família Ribeiro e a turma de Extensão e Comunicação Rural do curso Superior de Tecnologia em Agroecologia. O assentamento é constituído por 168 famílias assentadas, dentre elas a família Ribeiro que com o auxílio da Ong WWF conseguiu implantar um sistema agroflorestal, onde escoam sua produção através da Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA). A metodologia utilizada para a experiência é inspirada na obra de Levantamento Florísticos Qualitativos de Filgeiras et al. e em entrevista semi-estruturada segundo descrição de Verdejo no guia de DRP. O inventário agroflorestal participativo foi realizado por meio de uma caminhada transversal pelo SAF de 5000 m² da família Ribeiro, guiado pelo Senhor Robemário. Foi verificado dentro do sistema a predominância de espécies exóticas em 85% representada pelo o eucalipto (Eucalyptus spp.) e pela bananeira (Musa spp.) para 15% de nativas caracterizada pela ocorrência de Mutamba (Guazulma umifolia) e a Aroeira pimenteira (Schinus terebinthifolius). Robemário expõe que se tivesse a oportunidade de refletir mais com o grupo que pensou na concepção do SAF, transformaria o desenho desse sistema rico em espécies exóticas para a perspectiva de um sistema agroalimentar mais espaçado e com enriquecimento de espécies nativas. A respeito da experiência vivida pelos discentes da disciplina de extensão e comunicação rural, é explanado positivamente por eles que em campo ao vivenciar as técnicas participativas, eles saem da ideia acadêmica distante da realidade e partem para o ponto de vista que em campo o necessário é a busca do equilíbrio entre coleta de dados e ação humanitária que valorize o conhecimento dos envolvidos sobre manejos de agroecossistemas.

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Publicado

2020-09-08

Edição

Seção

CBA - Manejo de Agroecossistemas de Base Ecológica