Transição dietética no Brasil e os movimentos urbanos agroecológicos do Rio de Janeiro

Autores

  • Anna R. M. Lopane
  • Caren Freitas
  • Lorena Lira Vieira Correa Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade -CPDA/UFRRJ
  • John Wilkinson

Palavras-chave:

Agroecologia; Sistemas Alimentares; Circuitos curtos; Segurança Alimentar e Nutricional; Agricultura Urbana.

Resumo

O Brasil é um dos principais exportadores de commodities agrícolas que suprem a dieta mundial de proteína animal desde o fim do século XIX. E, apesar de arrefecimento da demanda dos mercados tradicionais, houve, nas décadas de 1980 e 1990, um fortalecimento desse papel do Brasil em âmbito internacional por conta da ascensão econômica da China. Esse processo, em um contexto de aumento da urbanização dos países periféricos, fomentou uma transição alimentar na China e no Brasil. O aumento da produção de commodities agrícolas foi contraposta pelo fortalecimento dos movimentos contra hegemônicos, dentre eles os movimentos pautados por princípios agroecológicos, alinhados com diferentes demandas das “redes de alimentos alternativos” que formam a base de oposição ao sistema agroalimentar dominante nos países do norte global Na presente pesquisa discutimos as conexões entre alimento, nutrição e saúde, pautadas pelos movimentos e espaços de comercialização de produtos agroecológicos do município do Rio de Janeiro. Com o objetivo de compreender qualitativamente a importância dos circuitos curtos de comercialização e o conteúdo das iniciativas urbanas que buscam rediscutir a soberania alimentar, entrevistamos 24 agricultores da região metropolitana. Identificamos que, em um mundo cada vez mais urbano, esses movimentos e feiras tornam-se protagonistas na discussão das relações campo-cidade e tomam especial relevância para ampliar o debate em defesa da agroecologia.

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Publicado

2020-05-14