Manejo agroecológico da Rainha da Floresta (Psychotria viridis Ruiz & Pav.) na Ecovila Tarumim, São José de Ribamar – MA
Palavras-chave:
manejo, rainha, agrofloresta, DaimeResumo
O Brasil, território de dimensões continentais, abriga um universo de tradições ancestrais. À sombra de portentosas árvores, grupos amazônicos, há séculos se reúnem com propósito de tomar ayahuasca, uma bebida psicoativa, utilizada pelas pessoas para entrar em contato espiritual com as forças da natureza, com os espíritos de cura, das águas, da caça, assim como toda uma sabedoria ancestral elaborada através da experiência de contato intimo com a natureza, o que teria legado aos povos da floresta, uma herança fundamentalmente agroflorestal, conectada ao uso, manejo e cultivo da agrobiodiversidade amazônica (Mortimer, 2001). Esta comunicação corresponde a um relato inicial a respeito de uma experiência inicial de manejo agroecológico com um arbusto amazônico da família Rubiaceae, conhecido na tradição cultural e religiosa do Santo Daime como Rainha da Floresta. Em meio a experiência de cultivo, o estudo foi realizado a partir da constatação empírica de que a planta amazônica em questão carece de cuidados específicos, sobretudo quanto às variáveis ecológicas “umidade” e “sombreamento”. Em termos metodológicos, executamos a principio uma abordagem qualitativa, nutrida pela observação experiencial das práticas de manejo empregadas a fim de relatar as condições de manejo empregadas/adotadas, a fim de relatar as condições de realização do cultivo e alguns resultados preliminares a respeito do manejo e cultivo agroecológico de plantas psicoativas amazônicas, consideradas sagradas no contexto das tradições brasileiras da ayahuasca, a exemplo do Daime. Os resultados preliminares apontam para o caráter positivo do manejo de “rainha”, em consórcio com bananeiras das variedades “prata” e “roxa"