Produção de tabaco no Rio Grande do Sul: agroecossistemas entre a autonomia e a subordinação
Palavras-chave:
Campesinato, Soberania Alimentar, Diversificação produtivaResumo
O objetivo deste texto é discutir a questão da autonomia e da subordinação de agricultores
familiares produtores de tabaco integrados às indústrias processadoras e os desafios para o
redesenho dos agroecossistemas. A discussão está fundamentada em dados de pesquisa de
campo realizada em sete municípios do Vale do Rio Pardo – VRP, no Estado do Rio Grande do
Sul, no ano de 2013. Constatou-se que a maioria dos agricultores possui percepção negativa
da produção de tabaco e suas decisões em relação à permanência ou substituição do cultivo
estão associadas às necessidades de reprodução social da família. Frente à subordinação
associada ao cultivo de tabaco, a percepção negativa da atividade corrobora para a busca
pela diversificação das atividades, sendo a produção para o autoconsumo o passo inicial no
processo de mudanças de atividades produtivas e na reconstrução da autonomia.