OLHARES DECOLONIAIS PARA PRESENÇAS DAS SEM TERRAS NA AUTORIA DA AGROECOLOGIA
Palavras-chave:
mulheres, gênero, ecofeminismos, agroecologiaResumo
Este resumo é parte dos resultados preliminares da pesquisa de doutoramento da primeira autora. Baseadas em uma perspectiva epistemológica das ausências, emergências e feminista, buscamos compreender quais são as ausências e as emergências que os protagonismos das mulheres Sem Terras têm gerado na construção da agroecologia no Estado do Paraná, problematizando estas questões desde bases teóricas decoloniais. Constatamos que as mulheres têm se apropriado da agroecologia a partir da construção de hortas, pomares e agroflorestas, destacando-se, assim, na construção de redes agroalimentares e de agroecologia. Esses processos têm favorecido o empoderamento feminino destas mulheres, ao mesmo tempo em que têm retroalimentado essas construções individuais e colaborativas. No entanto percebemos que as mulheres continuam realizando a maior parte dos trabalhos domésticos. E também que esse processo se dá em constante tensão com a colonialidade do poder, de gênero e da natureza, tanto dentro das famílias, lotes e territórios da reforma agrária, quanto nas redes das quais participam. Também constatamos que as mulheres, embora tenham se apropriado e sustentem as experiências agroecológicas neste Estado, ainda não se apropriaram da autoria da agroecologia neste Estado, influenciando na produção e apropriação estadual de uma concepção de agroecologia como modo de vida. Para fazer frente a essas tensões, as solidariedades femininas e feministas em redes feministas e de agroecologia tem sido fundamentais.