AGRICULTORAS DO MAR: REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO AGROECOLÓGICO E FEMINISTA DAS MARICULTORAS DE ALGAS MARINHAS NO RN
Palavras-chave:
agroecologia; algas; autonomia; feminismo; mulheres.Resumo
Este ensaio tem o objetivo de apresentar a atuação das maricultoras de algas marinhas,
pouco difundida no Brasil e no mundo, e refletir sobre os aspectos relacionados com as
práticas agroecológicas e feministas das mulheres no contexto de sua atuação nas
associações AMAR e AMBAP no RN. O cultivo das macroalgas existe no estado do RN
há mais de vinte anos. Voltado para a produção de alimentos e biocosméticos – um saberfazer das mulheres constituído a partir do encontro entre o conhecimento tradicional,
diferentes áreas do saber acadêmico especializado e tecnologias sociais de manejo da
agrobiodiversidade. Desde a origem do trabalho com as algas as mulheres maricultoras
tem encontrado diferentes desafios, que vão desde os familiares, associativo, de parceiras
até a superação de percalços na produção e comercialização. Aliados também a tantas
conquistas, as mulheres têm construído conhecimentos diversos sobre sua própria
experiência de vida e associativa, que se relaciona com a natureza e a biodiversidade, sua
autonomia, relações com instituições e geração de renda. Nosso olhar busca compreender
as mulheres como sujeitos políticos na agroecologia (SILIPRANDI, 2015) e no
ecofeminismo, considerando as diferenciações entre estudos de gênero e feminismos
(MAMA, 2011), relacionando-os aos diálogos com a “antropologia da agência”
(ORTNER, 2016).