A construção da educação agroecológica no município de Barreiros-PE
Palavras-chave:
Ancestralidade, Educação do Campo, EcologiaResumo
Nossa pesquisa utilizou a revisão de literatura científica, combinada com as técnicas de grupo
focal e a aplicação e análise de questionários semiestruturados nas comunidades parceiras.
Analisando o grupo que entrevistamos podemos apontar o seguinte perfil: trata-se de um
grupo de pessoas que em sua grande maioria são negras ou pardas; com uma média de 37
anos; onde mais da metade do grupo nunca estudou ou não completou o ensino fundamental;
sendo que pouco menos da metade declararam-se agricultores. Quanto a suas crenças, pouco
mais que a metade se declararam protestantes; onde a renda média dos entrevistados é de
R$ 570,05 (quinhentos e setenta reais e cinco centavos). Numa análise provisória dos dados
levantados, percebemos que o sujeito que vive a dura realidade das comunidades rurais de
Barreiros é um sujeito em disputa... Se por um lado parece ter absorvido o discurso agroecológico,
por outro vive com menos de um salário mínimo por mês e também utiliza “soluções”
da indústria química para viabilizar seu dia-a-dia. Quando observamos os conhecimentos que
são validados no dia-a-dia destes sujeitos, percebemos uma flagrante ausência da escola e
dos conhecimentos escolares nesta realidade. O que parece que têm prevalecido é o conhecimento
ancestral, passado por familiares e repetido na lida diária. Uma aproximação do conhecimento
científico com os conhecimentos ancestrais parece ser o caminho mais adequado
para a formação de um sujeito agroecológico.