“A feira é nosso quilombo urbano”: a feira da roça e economia do axé
Palavras-chave:
aquilombamento, agricultura urbana, mercado, sociabilidade, ancestralidadeResumo
Este trabalho tem como objetivo discutir sobre como as cosmopercepções iorubás de mundo, presentes nas comunidades de matriz africana, se fazem presentes na feira da roça como forma de aquilombamento, resistência e defesa dos modos de vida dos territórios ancestrais. Foi realizada observação participante na Feira da Roça de Vargem Grande, bairro da cidade do Rio de Janeiro, durante os anos de 2015 e 2019 e entrevista aberta com uma de suas fundadoras. Identificou-se que a feira tem um papel central na luta pela agricultura urbana, defesa do território e na visibilidade das comunidades quilombolas que tradicionalmente habitam a região. Assim, não é só um lugar de comercialização, mas também um símbolo de resistência, um ponto de encontro, de circulação, palco de importantes debates políticos e de trocas não só financeiras, que contribui para a preservação das culturas ancestrais, passando pela espiritualidade, pelas práticas de aquilombamento, de resistência e também de prosperidade coletiva.
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