Mulheres rurais e tecnologias sociais: uma grande aliança dos sistemas agroflorestais e da restauração produtiva

Resumo

O presente trabalho analisou a potencialidade da participação da mulher rural nas ações de popularização de sistemas agroflorestais. O estudo foi realizado nos municípios de Dona Francisca, Agudo, Faxinal do Soturno e Nova Palma, pertencentes ao Corredor Ecológico da Quarta Colônia, no Rio Grande do Sul. Por meio de entrevistas semi-estruturadas, obteve-se um total de 96 questionários, com as questões que abordaram o papel da mulher na propriedade, o conhecimento sobre o termo “sistemas agroflorestais”, a presença de quintais/pomares, diversificação produtiva nas propriedades rurais, o interesse em implantar agroflorestas e o conhecimento tradicional em relação às espécies medicinais. Entre entrevistados, 61,4% eram mulheres, 28,1%  homens e 11,5% o casal. Desses, 80% demonstraram interesse na implantação de agrofloresta e em participar de ações e programas de popularização da técnica. Além disso, 85% dos entrevistados responderam que a mulher atua nas atividades domésticas e na lavoura e 12% responderam que a mulher trabalhava exclusivamente com atividades domésticas ou na cidade. Durante a realização deste trabalho, obtiveram-se conclusões sobre a autonomia feminina através dos quintais, com abordagem relacionada ao aumento de segurança alimentar e a possibilidade de manejo agroecológico de espécies com usos múltiplos (alimentar, energético, medicinal, entre outros). As ações de extensão rural e a existência de políticas públicas com foco na permanência das comunidades rurais no campo podem potencializar processos de diversificação produtiva, popularização de agroflorestas e a melhora na qualidade de vida.