A apropriação de conhecimento sobre sistemas agroflorestais como mecanismo de autonomia da agricultura familiar camponesa

Resumo

O presente trabalho traz uma experiência em extensão rural que teve por objetivo promover a autonomia da agricultura familiar camponesa pela apropriação de conhecimentos sobre tecnologias adequadas de baixo custo na implantação de uma unidade de referência de sistemas agroflorestais (SAFs), gestão e mercado. As ações foram executadas no lote de uma família de agricultores familiares camponeses assentados da Reforma Agrária, especificamente, no Assentamento “Nango Vive” entre os municípios de Jundiaí do Sul e Ribeirão do Pinhal, na região Norte Pioneiro do Paraná. No lote, escolhido entre os participantes do projeto, foi implantada uma Unidade de Referência de um Sistema Agroflorestal (SAF), adaptada às condições socioeconômica dos assentados com o uso de tecnologias agroecológicas com a função de produção de alimentos para a venda no mercado local e para o autoconsumo da família. Para o desenvolvimento da experiência foi utilizada a metodologia da extensão rural agroecológica, denominada Ciclo de Oficinas Dialógicas, no processo de apropriação e socialização de conhecimentos e saberes. Ao avaliarmos a apreensão de conhecimentos e saberes tecnológicos, pudemos concluir que, apesar das adversidades enfrentadas quanto ao clima, sobrecarga de trabalho e escassez de recursos, houve uma grande motivação e participação dos(as) agricultores(as) na estratégia pedagógica adotada, na qual foram apresentados, refletidos e praticados, coletivamente, temas diversos como o planejamento, o manejo orgânico e os canais de comercialização. Sobre os resultados relativos à geração de renda e valoração do autoconsumo na economia doméstica como mecanismos de fortalecimento da autonomia das famílias, pudemos assegurar a viabilidade técnica e econômica de se implantar um modelo de SAF agroecológico, de baixo custo e gerador de renda monetária e de autoconsumo alimentar.