Desenvolvimento de Mecanismos de Comercialização como Forma de Resistência e Autonomia Camponesa
Palavras-chave:
Campesinato, Mecanismos de Comercialização, Estratégias de Resistência, Autonomia Camponesa.Resumo
Considerando a importância da manutenção do campesinato no campo, o que propomos discutir neste artigo é o desenvolvimento de mecanismos de comercialização como forma de resistência e autonomia camponesa, permitindo assim o fortalecimento da base de recursos do campesinato, sendo uma condição indispensável para a qualidade de vida e a manutenção da população no campo. A agricultura camponesa (agricultura agroecológica) trata-se de uma forma de produzir que contribui de forma significativa para a construção de uma perspectiva alternativa para o desenvolvimento rural, muito distinta do modelo proposto pelo agronegócio (agricultura convencional), com utilização intensa de agrotóxicos, destruindo assim a biodiversidade. Desta forma, destaca-se a importância da manutenção e multiplicação de comunidades camponesas, tendo em vista a diversidade produtiva, que toma como base os padrões de sustentabilidade, permitindo assim o desenvolvimento social, econômico e ambiental nas localidades onde estão fixadas. Para o desenvolvimento desta análise realiza-se uma discussão teórica sobre as características fundamentais da condição camponesa e o desenvolvimento de mecanismos de comercialização como estratégias de resistência e autonomia do campesinato, frente as relações capitalistas de produção. Entende-se que o desenvolvimento de diferentes mecanismos na comercialização dos produtos do campesinato, com valorização das relações comerciais locais, permitem a aproximação da população rural e urbana, e favorecem a interação entre estes diferentes grupos sociais. Além disso, cria condições para o fortalecimento da autonomia e a permanência camponesa, contrariando assim as tendências homogeneizadoras do espaço rural, que insistem no discurso da expropriação e proletarização do campesinato.