O poder das festas na luta das sementes
Palavras-chave:
agroecologia; mobilização social; resistência, agrobiodiversidade; cultura.Resumo
Neste artigo buscamos uma aproximação à dimensão sócio-simbólica das festas das sementes crioulas. Uma vez reconhecido que o campo das sementes está sustentado sobre uma construção simbólica que apresenta a semente industrial como “melhorada e superior”, compreende-se que os conflitos políticos sobre sementes implicam disputas quanto a representação de “boa semente”. Neste contexto, investigamos como os grupos contestatórios ao modelo dominante de agricultura atuam na produção simbólica, com vistas a “desnaturalização” da superioridade das sementes industriais nas referidas festas. Argumentamos que o ato de troca das sementes crioulas, nas festas, (re)valoriza as sementes trocadas como patrimônio comum, levando a identificação dos participantes com as propostas de preservação e seus agentes enunciadores.