O papel dos Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIVs) na formação profissional e na construção da agroecologia
Palavras-chave:
Movimento Estudantil, Formação Universitária, Interdisciplinariedade, Movimentos Sociais, Extensão UniversitáriaResumo
Os Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIVs) tem sua origem em 1989, a partir de experiências já desenvolvidas pela Federação de Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB) como alternativas ao modelo de formação universitária tradicional, de base técnico-científico vinculada ao processo de “modernização conservadora” da agricultura. A partir de princípios como a não intervenção e a vivência coletiva, os EIVs tem como objetivo aproximar os estudantes da realidade agrária brasileira e, através da relação indissociável entre a prática e teoria, construir uma alternativa para a prática da extensão universitária e a Reforma Agrária como vias de transformação social. Este artigo busca problematizar o papel desempenhado pelas experiências dos EIVs organizadas pelo Movimento Estudantil em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na formação de profissionais críticos e envolvidos com a temática agrária e a construção da agroecologia dentro e fora das universidades. A análise aponta que os EIVs cumprem um papel central na formação de profissionais críticos, que a partir da vivência da dura realidade de famílias no campo, passam a construir a agroecologia como alternativa à superação desse modelo excludente e degradante.