Guardiões de sementes crioulas: uma paixão que não está adormecida em Juti, Mato Grosso do Sul
Palavras-chave:
Agricultura Familiar, Sustentabilidade; AgrobiodiversidadeResumo
Ao longo de 15 anos, com a realização da Feira de Sementes Crioulas de Juti, com a intenção de resgatar uma tradição ancestral camponesa dentro de cada agricultor, descobriu-se que a mesma não estava adormecida, e sim, estava apenas precisando de uma oportunidade para “germinar” em cada agricultor. Foram anos de muita cooperação entre pequenos agricultores e comunidades indígenas, na qual a expectativa sobre o objetivo da feira foi superado, descobrindo-se que os envolvidos têm o prazer em participar, que planejam o plantio das sementes que recebem na feira anterior e sempre buscam levar mais da quantidade mínima que receberam. É de fato, mais do que um compromisso, ou um dever, e sim, uma satisfação em mostrar para todos os agricultores suas experiências e saberes com o plantio das sementes crioulas, acompanhada com uma curiosidade incansável que os impulsiona em todos os anos na participação assídua do evento, com o intuito de descobrir novas variedades de sementes crioulas, essa paixão se mostra vivaz e não adormecida. Esforços com a divulgação da feira sempre aconteceu graças aos agricultores que propagavam seus saberes por meio da feira em suas comunidades, e o resultado, sempre se superou ano após ano com muitos participantes de outras localidades. Partindo desse princípio, acredita-se que políticas públicas que apoiem projetos e eventos dessa natureza, tendem a ser bem sucedidos, assim os envolvidos devem unir esforços para que esse ciclo de distribuição de sementes crioulas não pare, como é o caso dos organizadores da Feira de Sementes Crioulas de Juti, que ao longo de 15 anos, têm colhido frutos dessa grandiosa experiência.