Avaliação da interação do gado com árvores nativas regenerantes em área com Pastoreio Racional Voisin
Keywords:
bem-estar animal, manejo agroecológico, sistema silvipastorilAbstract
O Sistema de Pastoreio Racional Voisin - PRV e a inserção de árvores nativas nas pastagens são práticas inovadoras que buscam equilibrar a produtividade da pecuária, o bem-estar animal e a geração de serviços ecossistêmicos. Grande parte das pastagens do Cerrado possuem alto potencial de regeneração natural de espécies nativas, sendo este um facilitador para promover a arborização das pastagens e conservação da biodiversidade. No Instituto Federal de Brasília, campus Planaltina, em 2023, iniciou-se a implementação de PRV com área de 5 hectares, os bovinos entraram na área em junho de 2024. Previamente à entrada dos animais, foram catalogadas as espécies arbóreas e arbustivas regenerantes (menores que 2,5 metros de altura) com intuito de conhecer o potencial destas para arborização das pastagens e a interação do gado para forrageamento. A catalogação foi feita em parcelas de 240 m² (6m x 40m) em cada piquete, totalizando 13 piquetes, onde mediu-se altura e diâmetro da base de todas as plantas amostradas. Logo após a passagem do gado nos piquetes, período médio de três dias, procedeu-se novo levantamento das regenerantes para avaliação dos impactos gerados. 77% dos indivíduos apresentaram danos aparentes e 23% “sem danos aparentes”. Foram identificados 70 indivíduos distribuídos em 19 espécies. Apresentaram danos altos 24% dos indivíduos, distribuídos em 7 espécies, ou seja, ocorreu quebra do seu tronco, com destaque a Eugenia dysenterica (6) e Peritassa campestris (2). Com danos médios, onde ocorreu mais de 90% das folhas comidas, temos 35%, distribuídos em 10 espécies com destaque a Solanum lycocarpum (5) e Machaerium opacum (5). Com danos baixos, quando apresentam entre 90% a 50% das folhas comidas, foram 41% dos indivíduos de 9 espécies, com destaque a Solanum lycocarpum (4), a Machaerium opacum (4) e a Eugenia dysenterica (3). Pode-se observar uma grande diversidade de espécies regenerantes arbustivas e arbóreas nativas do Cerrado com potencial de forrageamento e nutrição animal e para arborização das pastagens. A quebra do tronco na base ocorreu, em sua maioria, em indivíduos maiores que foram utilizados para se coçar. Por isso, pretende-se proteger algumas espécies do acesso ao gado enquanto pequenas para que possam se desenvolver com mais agilidade. As espécies que tiveram suas folhas comidas estão apresentando uma rebrota vigorosa, mesmo no auge da estação seca, demonstrando sua adaptabilidade.
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