Mulheres da Volta e as plantas medicinais: tecendo processos de auto-organização comunitária na Chapada Diamantina-Bahia

Abstract

As  mulheres e seus saberes ancestrais foram marginalizadas no decorrer da história da humanidade. Embora as práticas de cuidado sejam invisibilizadas, é o trabalho não remunerado e invisibilizado das mulheres na manutenção da vida e no cuidado dos seres que garante a estrutura capitalista atual. Esta pesquisa aqui apresentada se configura como uma pesquisa militante de abordagem qualitativa, em que se utilizou o DRP com a dinâmica de linha do tempo, o Círculo de Cultura e a análise documental. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é registrar a experiência do Coletivo de Mulheres Camponesas da Volta, no município de Lençóis, Bahia, com as plantas medicinais e a relação desta movimentação com o processo de auto-organização comunitária. Pode-se concluir que, para além de partilhar saberes sobre a saúde, se constroem elos comunitários que nos remetem ao modo de vida camponês e potencializam o protagonismo das mulheres como sujeitos políticos na defesa dos territórios.