Produção de pimentão orgânico utilizando biomassa vegetal não-compostada como substrato

Resumen

O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma das principais hortaliças do Brasil, assim como está entre as hortaliças com maiores níveis de utilização de agroquímicos em todas as fases de produção. Considera-se a produção orgânica uma alternativa para a redução desses índices de contaminação. E, além disso, o cultivo orgânico em ambiente protegido tem sido utilizado de forma competitiva e sustentável proporcionando bons resultados de produção. Uma técnica que vem sendo disseminada é a não utilização do solo como substrato. Essa prática visa evitar que doenças presentes no solo infectem a planta. A utilização de substratos produzidos a partir de resíduos oriundos de outros sistemas de produção agrícola é uma excelente alternativa, visto que concilia preservação ambiental, agregação de valor ao produto e economia para o produtor. E a utilização da biomassa vegetal não compostada, fonte desta pesquisa, é um assunto pouco explorado cujas informações são escassas. Dessa forma, sua utilização como principal substrato precisa passar por diferentes estudos para que essa prática possa se apresentar como uma possível alternativa a práticas já consagradas como a compostagem, que demora semanas para disponibilizar o adubo, o uso de estercos de diferentes animais que pode ocasionar salinização se aplicado em excesso dentre outros adubos orgânicos. Portanto, o trabalho objetivou desenvolver um método de cultivo a partir de biomassa vegetal não compostada como principal substrato. O tratamento 1 (controle) é formado por vasos de 8 L com solo adubado com esterco bovino curtido na dosagem de 25 t/ha. O tratamento 2 (teste), também em vasos de 8 L, é constituído de 1000g de grama batatais (Paspalum notatum), 500g de solo (mesmo solo do T1 entretanto não adubado), que atua como suporte físico e nutricional ao desenvolvimento inicial das mudas e 600g de areia lavada disposta superficialmente que objetivou manter a umidade no substrato e diminuir a aeração no interior do vaso. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com área útil de 10m^2. Os vasos estavam distantes 0,5m uns dos outros e as linhas com 1,0m de espaçamento. Foram analisadas características morfológicas como comprimento de parte aérea, espessura de caule e teor total de clorofila (A+B) e parâmetros de produção como massa fresca de fruto, comprimento de fruto, número total de frutos por planta e produtividade estimada. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas utilizando o teste F a 5% onde foi constatado que não houve diferença significativa entre os tratamentos.