“Eu, mulher negra camponesa, resisto”: reflexões iniciais sobre as agricultoras negras do Projeto Territórios Livres/ABA

Autores/as

  • Rosânia do Nascimento Doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional (PPGAS/MN/UFRJ)
  • Marina Augusta Tauil Bernardo Doutoranda em Direitos Humanos e Democracia na UFPR
  • Auda Pereira Agroecóloga
  • Fernanda Savicki de Almeida Pesquisadora Fiocruz-CE
  • Marina Murta Maia Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE)/Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Palabras clave:

mulheres negras, agricultoras, agroecologia, gênero, raça

Resumen

 Inspirada no poema “Eu, mulher negra, resisto”, da escritora Alzira Rufino (1988), este trabalho tem por objetivo principal apresentar reflexões sobre as agricultoras negras do projeto intitulado “Construção de Territórios Livres: mulheres e seus quintais produtivos no combate ao uso de agrotóxicos e referência à Agroecologia” (ABA). A metodologia se apoia em dados quanti-qualitativos que revelam os resultados da pesquisa e extensão realizadas entre 2021 e 2022 em dois estados do Nordeste brasileiro. A partir do questionário e feitura de histórias de vida das agricultoras, a autodeclaração racial e os desafios enfrentados em seu cotidiano são articulados ao debate sobre o mito da democracia racial nos contextos rurais, algo pouco abordado na literatura. Afinal, de quais mulheres negras estamos falando? Qual o espaço para as mulheres negras de contextos rurais e/ou de povos e comunidades tradicionais? Desse modo, o protagonismo das assentadas do projeto leva-nos a refletir sobre a necessidade da interseccionalidade de gênero, classe e raça no fortalecimento de uma agroecologia feminista e antirracista como projeto de transformação social.

Publicado

2024-11-26

Número

Sección

CBA - Gênero, Feminismos e Diversidades na Construção Agroecológica