Fenologia de Frutificação e Síndromes de Dispersão da Arborização Urbana de Campo Grande (MS, Brasil)
Palavras-chave:
Biodiversidade, Conservação, Florestas urbanas, Planejamento, Sistemas agroecológicos urbanosResumo
As áreas urbanas abrigam atualmente mais da metade da população humana mundial e também constituem habitat para várias de espécies vegetais e animais. Neste estudo, tivemos como objetivo fazer uma análise da fenologia de frutificação da arborização urbana de Campo Grande (MS). Com base em listagens prévias sobre a arborização desta cidade, realizamos uma análise de quão diversificada é a arborização urbana viária da capital considerando as síndromes de dispersão e como os recursos (frutos) estão distribuídos ao longo do tempo. Foram listadas 158 espécies de Angiospermas distribuídas em 43 famílias, dentre as quais destacou-se Fabaceae (Leguminosae) com 41 espécies. Foram identificadas cinco síndromes de dispersão, sendo a zoocoria (55,7%) e anemocoria (24,7%) as mais comuns. Espécies de todas as síndromes de dispersão frutificam ao longo de todo o ano, com maior intensidade de frutificação das espécies zoocóricas, barocóricas e hidrocóricas no período quente e chuvoso. Espécies anemocóricas e autocóricas frutificam especialmente no período seco. A coexistência de espécies com diferentes estações de frutificação pode fornecer recursos alimentares complementares para frugívoros, o que pode aumentar a estabilidade do ecossistema. Sendo a expansão urbana inevitável, é fundamental que esses espaços sejam conciliados com a conservação da biodiversidade e uma das formas de fazer isso é tornar esses espaços mais amigáveis à fauna. Além disso, as árvores urbanas constituem unidades de conservação de plantas nativas as quais podem apoiar projetos de Agrofloresta. Neste sentido, estudos de fenologia da frutificação são estratégicos para o planejamento da coleta de sementes para consumo, comercialização e produção de mudas.
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