Agroecologia, terra e identidade: reflexões a partir das místicas do MST
Palavras-chave:
solos, natureza, teoria agroecológicaResumo
Este trabalho tem como objetivo explorar a teoria agroecológica e seu potencial de refletir, ou
mesmo de reconfigurar, a relação de identidade com a terra nos sujeitos políticos do campo.
A relação com a terra é tomada aqui para além da relação com a natureza, mas, também, em
seu sentido simbólico e afetivo, permitindo superar a noção produtivista engendrada pela Revolução
Verde. A agroecologia, na medida em que se constitui tanto como um modelo de resistência
e luta dos movimentos sociais, como um movimento científico-político interdisciplinar
e trans-epistemológico de contraposição ao modelo hegemônico de agricultura-agronomia,
desenvolve uma proposta de transformação social e uma perspectiva endógena de resistir e
existir por meio do cultivo da terra. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
como um dos importantes atores da agroecologia no Contexto brasileiro, parece valorizar a
dimensão simbólica da terra, e isso pode ser visto a partir de suas místicas.