O uso intensivo da força de trabalho em unidades familiares de produção em assentamentos de reforma agrária do Rio Grande do Sul: observações a partir dos instrumentos pedagógicos da extensão rural
Palavras-chave:
força de trabalho, assentamentos, extensão ruralResumo
O artigo analisa a relação entre força de trabalho e renda agrícola em unidades familiares de
produção de assentamentos de reforma agrária no Rio Grande do Sul (RS). As informações
provêm da Rede de Unidades de Observação Pedagógica (RUOP), ferramenta desenvolvida
pelo Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) do RS. Para análise buscou-
se diálogo com a teoria microeconômica chayanoviana, que explica a lógica camponesa
a partir do equilíbrio subjetivo entre a penosidade do trabalho e a satisfação das necessidades
do núcleo familiar. A análise mostra que as unidades familiares mantidas pela renda agrícola
são obrigadas a intensificarem o uso da força de trabalho para alcançarem suas necessidades
básicas e seu grau de satisfação. A RUOP, enquanto ferramenta de extensão rural, apresenta-
se como importante instrumental para compreensão das estratégias socioeconômicas
elaboradas pelos agricultores. O entendimento destas questões pode contribuir para o fortalecimento
e aperfeiçoamento de políticas públicas específicas para os agricultores familiares.