Sementes da Independência: Feiras de Troca de Sementes e Saberes no Maranhão
Palavras-chave:
Sementes Crioulas; Agricultura Familiar; Povos e Comunidade Tradicionais; AgroecologiaResumo
De acordo com dados do último Censo Agropecuário, o Maranhão é o terceiro estado com a maior concentração de famílias agricultoras da região Nordeste e o quinto do país. Dos 219.765 estabelecimentos agropecuários do Maranhão, 187.118 foram classificados como agricultura familiar, o que corresponde a 85% do total no estado. Um dos entraves para os agricultores familiares do Maranhão, no que tange o estabelecimento de suas plantações é a aquisição de sementes de qualidade, compatível com a aptidão de cada família e no tempo correto para o plantio. Sendo a semente um insumo caro levando em conta o poder aquisitivo dessas famílias, elas acabam tornando-se dependentes de políticas públicas de distribuição de sementes. Uma forma que a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar do Maranhão – SAF vem buscando para minimizar essa problemática é por meio do incentivo ao resgate, multiplicação e uso das sementes crioulas, tornando o agricultor familiar o produtor de suas próprias sementes. Uma das ferramentas utilizadas para isso foi a realização de Feiras de trocas de Sementes e Saberes, foram realizadas 11 feiras sendo 3 exclusivamente indígenas e 1 quilombola, com média de 60 participantes em cada feira, onde os agricultores tiveram o acesso a variedades que não conheciam, à outras que já haviam perdido, e aos saberes envolvendo cada uma.