“Onde muitos chamam de lixo a gente chama de reciclagem”

Revolução dos Baldinhos – a experiência de reaplicação de Tecnologia Social nas políticas de habitação urbana

Resumen

O presente trabalho visa apresentar a experiência do processo de reaplicação da Tecnologia
Social Gestão Comunitária de Resíduo Orgânico e Agricultura Urbana – Revolução dos Baldinhos,
realizado no empreendimento do Minha Casa Minha Vida: Residencial Campinas, no
município de Macaíba-RN. Trata-se da experiência protagonizadas pelas mulheres com o trabalho
da coleta dos resíduos orgânicos das cozinhas das famílias na comunidade e o posterior
tratamento através da compostagem do método UFSC, caracterizado por leiras estáticas com
aeração passiva e termofilicas. O resultado final é a produção de adubo voltado para a produção
de alimentos e jardinagem em cidades, provendo a agricultura urbana. Este modelo de
gestão comunitária dos resíduos orgânicos subsidiando a agricultura urbana se construiu como
uma tecnologia social. Conhecido como a Revolução dos Baldinhos, surgiu há 08 anos no bairro
Monte Cristo, periferia de Florianópolis/SC, onde a metodologia foi sendo montada ao longo
dos anos iniciais por mulheres lideranças comunitárias, agentes públicos locais, universidade
e o apoio técnico do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo – CEPAGRO.
Através do Projeto Moradia Urbana com Tecnologia Social – MUTS, acompanhado pela Associação
de Apoio as Comunidades do Campo do Rio Grande do Norte – AACC/RN e com apoio
da Fundação Banco do Brasil – FBB a Tecnologia Social pode ser aplicada, sendo a primeira
experiência de reaplicação no país. As contribuições da TS da Revolução dos Baldinhos para
a agroecologia nas cidades são inúmeras, ensejando o debate sobre a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, unindo forças à discussão sobre o meio ambiente urbano, soberania e segurança
alimentar nas cidades, agricultura urbana, agroecologia entre outras. Na experiência
em questão, aponta ainda as possibilidades de autonomia e empoderamento para as mulheres,
frente ao desemprego, desigualdade de gêneros e educação ambiental com as crianças