O uso de ferramentas SIG em diálogo com assentados da reforma agrária na construção de projetos de parcelamento
Palavras-chave:
Desenvolvimento Rural, Políticas Públicas, GeoprocessamentoResumo
No contexto da Reforma Agrária o procedimento de mapeamento ambiental e parcelamento
dos lotes dos assentamentos torna-se um dos processos mais esperados pelas famílias e
muitas vezes é postergado devido a limitações técnicas e financeiras que envolvem o Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Famílias esperam durante vários meses,
quando não anos, para que esse processo ocorra. Nos assentamentos PA Dênis Gonçalves,
PA Egídio Brunetto e PA Belo Monte, o parcelamento teve as rédeas assumidas pelas famílias
que mobilizaram nossa equipe para realizar esse processo. No Dênis o mapa dos lotes
foi modificado na medida do possível, a partir de negociação com os técnicos do INCRA. O
processo de elaboração do mapa teve pouca contribuição das famílias, sendo no momento de
alocação dos lotes em campo a principal oportunidade de intervenção dos assentados. Nos
PAs Egídio Brunetto e Belo Monte foram realizadas todas as etapas (diagnóstico do território,
elaboração de proposta de divisão dos lotes e alocação dos mesmos). Diversas atividades de
mapeamento social foram realizadas, onde as famílias participaram do processo contribuindo
com critérios, combinados e percepções da área para confecção dos mapas. Em seguida
também participaram da alocação dos lotes em campo. A satisfação no olhar das famílias em
ter seu pedaço de chão finalmente identificado, depois de anos de luta, foi o principal objetivo
alcançado e a importância de participação das famílias camponesas nos processos de planejamento
do território são descritos nesse relato de experiência.